quinta-feira, 13 de outubro de 2016

O direito feminino ao orgasmo: mito ou realidade?

Depois da “revolução sexual”, a tal que houve sem nunca ter havido, toda mulher “direita” (aff...) também passou a ter direito de ter orgasmo. Antes, como todo mundo sabe, só “meninas sujas e devassas” podiam experimentar o orgasmo.

Mas uma coisa é a mulher ter direito ao orgasmo e outra coisa é efetivamente gozar.

Pesquisa conduzida na Austrália em 2013 (Australian Study of Health and Relationships - ASHR) apontou que apenas 60% das entrevistadas conseguiam obter um orgasmo razoavelmente satisfatório nas relações com os seus parceiros homens, contra 95% dos entrevistados, que se revelaram bastante satisfeitos com seus orgasmos. Dados semelhantes têm sido mostrados em pesquisas realizadas por revistas femininas consagradas como a Cosmopolitan e a Cosmo e todos apontam para as mesmas conclusões: a mulher ainda não conseguiu por em prática integralmente o seu direito ao orgasmo, conquistado a tão duras penas. 

Em todas essas pesquisas, identifica-se um nítido desnível de satisfação sexual entre o homem e a mulher, com expressiva vantagem positiva para o homem. Isso quer dizer que as mulheres, apesar de terem conquistado o direito ao orgasmo, na sua maioria continuam a não gozar.

A principal forma de gozo feminino é o gozo clitoriano e não o gozo vaginal. Além do primeiro ser extremamente mais prazeroso que o segundo, é muito mais imediato. O gozo vaginal, além de dolorido e incômodo para um grande número de mulheres, demanda um tempo de estimulação local muito superior ao tempo que um homem normalmente “aguenta” antes de gozar.

O gozo clitoriano, contudo, foi espertamente considerado por Freud como um gozo “infantil”. Deveria, segundo ele, evoluir, na mulher adulta, para o gozo vaginal. Tudo para o homem, e para a mulher migalhas, pois é óbvio que o gozo “vaginal” favorece muito mais o homem do que a mulher.

Mulheres que fazem sexo com homens estão cada vez mais conscientes desses impasses: a defasagem de tempo entre o gozo vaginal e o gozo peniano e a indisposição dos homens de praticarem alguma forma de estimulação clitoriana.

O que os especialistas têm sugerido é que as mulheres insatisfeitas com o seu atual padrão de orgasmo, particularmente com os orgasmos obtidos com seus parceiros homens, procurem ampliar o seu número de parcerias, incluindo até mesmo pessoas do mesmo sexo. Além, é claro, de praticarem a velha e boa auto-estimulação, seguramente uma das formas mais potentes e infalíveis de atingimento do orgasmo.

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