sexta-feira, 15 de dezembro de 2017

DNA determina sexo, não gênero

Os estudos e pesquisas, ostensivamente omitidos por pessoas de má-fé, desejosas tão somente de "provar" a ferro e fogo seus dogmas religiosos, mostram que ser macho e ser homem, assim como ser fêmea e ser mulher, é um fenômeno que não guarda nenhuma correlação de natureza estritamente biológica. Trata-se de um fenômeno nitidamente sociopolítico e cultural, de grande variabilidade entre as diversas sociedades em diversas épocas.

Uma pessoa, nascida como macho biológico, que for deixada a si mesma, sem nenhum contato com nenhum grupo social, não saberá o que é "ser homem" ou o que é "ser mulher". Poderá, quando muito, tentar expressar algum impulso relacionado ao macho reprodutor, mas nada relacionado ao elenco de atributos e comportamentos que a sociedade espera de alguém nascida como macho e que deve desempenhar socialmente o papel de homem.

DNA determina sexo, não gênero. Os fundamentalistas de gênero defendem que sexo é igual a gênero e que ambos são definidos por herança biológica, o que não é absolutamente verdade. A identidade de gênero de uma pessoa resulta de uma complexa combinação de fatores, onde a herança biológica contida no DNA é apenas um deles.

Também carece inteiramente de fundamento o discurso, muito comum entre pessoas transgêneras, de que nasceram em “corpos errados”. Estudos com gêmeos univitelinos (gêmeos idênticos, nascidos da divisão de um único óvulo fecundado), mostram que não há nenhuma correlação entre herança biológica e identidade de gênero. É praticamente a mesma a proporção entre gêmeos univitelinos em que um deles é transgênero e o outro não e gêmeos univitelinos em que ambos são transgêneros, fato que põe por terra a ideia de pessoas nascidas em “corpos errados”, uma vez que gêmeos idênticos, como todas nós sabemos, provêm de um mesmo e único óvulo fecundado, carregando, portanto, cada um deles, a mesmíssima carga genética.

Gênero não pode ser ensinado, mas pode ser aprendido. As múltiplas evidências empíricas de que dispomos mostram que se uma pessoa, nascida biologicamente como fêmea, não tem “pendores” para se identificar como mulher, não adianta querer ensiná-la a ser mulher que ela nunca vai aprender. No máximo, será “condicionada” a se comportar socialmente como mulher, isso à custa de muita repressão e permanente vigilância social de gênero. Ao contrário, se alguém, nascido biologicamente como macho, deseja aprender a ser mulher, vai acabar aprendendo, de um jeito ou de outro, mesmo que ninguém queira lhe ensinar a ser, e com certeza ninguém quererá.

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