terça-feira, 6 de março de 2018

O que é insuportável dentro do gueto é gente cagando regra do que é ser ou não uma pessoa transgênera.

O que é insuportável dentro do gueto é gente cagando regra do que é ser ou não uma pessoa transgênera. TRANSGÊNEROS simplesmente transgridem as normas de gênero. COMO FAZEM ISSO, pouco importa.

Nos tempos antigos, transexual era a transidentidade que transgredia as normas mudando inteiramente o seu corpo, inclusive através de cirurgia de transgenitalização, note-se, no momento disponível APENAS para MtF (macho para fêmea), já que, de FtM (fêmea para macho) a cirurgia é apenas experimental. Com o tempo, constatou-se que SEXO GENITAL não tem nada a ver com GÊNERO. A pessoa pode nascer com genitália de fêmea e identificar-se como HOMEM. A realidade tem nos mostrado isso a toda hora.

As pessoas que questionam alguém que busca a mudança de nome civil não levam nada disso em conta. Para elas conta apenas que o direito de ser (parecer) mulher ou homem é algo exclusivo de uma suposta identidade "essencial" chamada transexual. Não é nada disso. Pessoas hoje se apresentam como dragqueen e amanhã estão vivendo 24h como mulher. A leo Áquila é um exemplo disso. Pessoas se identificam como crossdresser e amanhã estão vivendo 24h por dia como mulher, inclusive tendo passado por cirurgias. De 10 crossdressers "históricas", de 15 anos atrás, 20 estão vivendo como mulher. Ademais, essa preocupação por "rótulos exclusivos" é coisa de homem. As pessoas FtM só têm uma única denominação: homens trans ou transexuais FtM.

Identidade de gênero é a pessoa quem decide. Acho que você concorda com isso e não gostaria que alguém decidisse a sua por você, né? Como é a pessoa que decide, pode ser qualquer uma, até uma que não existe, certo? É um direito da pessoa identificar-se como ela bem entender. Devemos considerar como repugnante manifestação de transfobia pessoas trans impondo regras identitárias a outras pessoas trans, como se só a identidade delas fizesse sentido. Ademais, muitas pessoas transgêneras se identificam com um determinado "rótulo" popular de gênero pelo simples fato de que não conhecem outro.

As pessoas adoram ser classificadas e rotuladas, não importa a classificação e o rótulo que recebam. Da mesma forma, têm horror de que "forasteiros" venham "usurpar" os seus preciosos rótulos, por mais cruéis e socialmente desprezíveis que sejam. Isso ficou claro depois desse último acórdão do STF, autorizando pessoas transgêneras a mudarem seu nome civil com uma simples ida ao cartório. Ditas "mulheres transexuais" estão indignadas com a ideia de que uma simples dragqueen ou "crossdresser", que elas nunca consideraram gente, possa ir ao cartório e reivindicar a sua mudança de nome. Vá entender o egoísmo e narcisismo das pessoas!

Um comentário:

Victor Reale - Artista Visual disse...

Arrasou Letícia! Acabei de me descobrir uma pessoa Trans lendo o seu livro... Transito entre os gênero e a cisgeneridade não me comporta mais... Quebrei esses rótulos ridículos... Mas também me sinto plen@ com meu corpo e está tudo bem! Obrigad@ por me ajudar com isso!