sexta-feira, 16 de setembro de 2016

Lar, doce lar: é pegar ou largar

A gente ama alguém pelo que a pessoa é. O que dá suporte a uma relação é o que a gente tem no coração e na cabeça, e não o que a gente tem no bolso ou entre as pernas.

Dinheiro não sustenta paixão verdadeira, somente paixão interesseira.

Atração física não é amor, mas simples instinto de reprodução da espécie, algo tão mecânico, previsível e “controlado” que hoje é amplamente oferecido por clínicas de reprodução assistida.

Neste exato momento há uma imensidão de pessoas vivendo sozinhas, não porque não encontraram parcerias para dividir suas vidas, mas porque as pessoas que encontraram eram do mesmo sexo.

Assim, nunca se convidaram para morar juntas, para dormir na mesma cama, para fazer os programas que gostam, pensando que poderiam ser tidas como homossexuais, mesmo que ter relações sexuais com elas fosse possivelmente a última coisa em que pensariam. 

Será tão difícil assim entender ou melhor, sentir, que amor não é sexo? Que a gente pode amar pessoas do mesmo sexo (e até fazer amor com elas, se quiser). Mas é muito ruim quando a pessoa cresce ouvindo que “fazer amor” com alguém é a mesma coisa que “fazer sexo” com ela. É muito ruim quando passa a vida inteira ouvindo que "família" é marido, mulher e filhos (aff...). Família é só um lugar pra gente voltar, pra gente se encontrar com quem a gente gosta, pra gente gostar de ficar com quem fica com a gente. 

A gente ainda precisa amadurecer muito para compreender que relações humanas é algo completamente distinto de relações sexuais. Que a gente não precisa ficar com alguém apenas em nome de fazer sexo com a pessoa. Que a gente pode ficar com alguém só por amizade, carinho, ternura e afeto. Que ter alguém para nos fazer companhia, o tempo todo, é muito mais gostoso e importante do que fazer sexo, de vez em quando. Que sexo a gente faz até sozinha (e é até muito bom!), mas amizade só dá para fazer junto com alguém.

Enquanto não conseguem abandonar velhas ideias preconcebidas, as pessoas vão amargando solidão, se sentindo abandonadas e carentes. Poderiam, sim, estar desfrutando do acolhimento e do apoio de outras pessoas cujo único “defeito” é serem do mesmo sexo que elas.

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