Nada menos queer do que se falar em “identidade queer”, chegando a defender sua inclusão na arca-de-noé LGBT"Q". Na melhor das hipóteses, o queer poderia ser visto como uma “desidentidade”, uma não-identidade, já que problematiza diretamente todas as identidades.
É preciso ter em vista, sempre, que o Queer não é uma identidade, mas uma postura teórica de como abordar as matrizes identitárias da sociedade. Alegar, portanto, ter uma "identidade queer", é demonstrar um grande desconhecimento do que vem a ser a Teoria Queer, cujo objetivo central é exatamente problematizar todas as identidades – sexuais e de gênero – questionando duramente a natureza e os fundamentos das normas sociopolíticas que fundamentam essas identidades.
É preciso ter em vista, sempre, que o Queer não é uma identidade, mas uma postura teórica de como abordar as matrizes identitárias da sociedade. Alegar, portanto, ter uma "identidade queer", é demonstrar um grande desconhecimento do que vem a ser a Teoria Queer, cujo objetivo central é exatamente problematizar todas as identidades – sexuais e de gênero – questionando duramente a natureza e os fundamentos das normas sociopolíticas que fundamentam essas identidades.
O Queer defende o direito de cada pessoa assumir a personagem que quiser dentro da sociedade. Que ninguém precisa permanecer escravo, pela vida toda, da identidade de gênero em que foi classificada ao nascer. Que cada pessoa pode ser a personagem que quiser. O Queer, portanto, não está vinculado a nenhum sistema produtor de identidades de gênero, e muito menos ao sistema binário que é o principal gerador de desigualdades e produtor de violência.
Outra ideia sobre o Queer, infelizmente, também, muito disseminada, é que, ao defender, em última análise, o fim das identidades de gênero, o Queer estaria desqualificando, diluindo e anulando todas as lutas que se travam pelos direitos civis e pela igualdade de gênero.
Isso não é verdade, uma vez que alguns dos mais destacados teóricos Queer, como Judith Butler, defendem as identidades como uma espécie de mal necessário, que ainda desempenham um papel importante na inteligibilidade de cada pessoa dentro da matriz político-cultural da sociedade.
Finalmente, o Queer não representa nenhuma política de alienação, nenhuma posição "em-cima-do-muro", onde a pessoa, em vez de se posicionar clara e inequivocamente do ponto de vista identitário, ainda que de maneira transitória (como, aliás, é a vida...), tenta escapar de seus próprios “fantasmas de gênero” dizendo-se Queer. O Queer não é uma estratégia de escapismo. Não é uma saída de incêndio para pessoas que têm medo e/ou se recusam em assumir posições claras a respeito de si mesmas.
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