Entre assumir a responsabilidade pelas consequências desfavoráveis dos seus atos e escolhas e atribuir aos outros a culpa pelo seu fracasso, nove entre dez pessoas ficarão com a segunda alternativa.
A sociedade odeia perdedores, mas é capaz de hipocritamente oferecer acolhimento e proteção aos perdedores que se apresentam como vítimas. Assim, alegar-se vítima da “maldade e das injustiças do mundo” é muito mais confortável e seguro, em termos de aceitação social, do que reconhecer as próprias falhas, limitações e dificuldades pessoais em superar os obstáculos que aparecem no meio da jornada.
O fracasso é visto como sinônimo de falta de determinação, fraqueza e até preguiça da pessoa em ir atrás dos seus objetivos. A vítima, ao contrário, é um perdedor que conta com a simpatia, o apoio e a proteção, embora fingidas, da sociedade. Afinal de contas, é sempre melhor ouvir “coitadinha da pessoa: não foi culpa dela...” do que ouvir “fracassou de novo”.
A questão é que, enquanto o fracasso permite e às vezes até obriga a pessoa a fazer uma completa revisão das suas estratégias existenciais, o vitimismo mantém a pessoa parada no mesmo lugar, refém de desculpas que não levam a nada e, pior, acreditando mesmo que a culpa não foi dela e que, portanto, não precisa realizar nenhuma mudança significativa em sua vida.
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