Graças a Deus não vai dar em nada essa tentativa estúpida de se proibir toda e qualquer discussão sobre sexo, gênero e orientação sexual em sala de aula, proibição na qual se empenha de unhas e dentes a extrema-direita católica conservadora, aliada a evangélicos fundamentalistas.
Contraditoriamente, quanto mais eles refutam e combatem o que chamam de “ideologia de gênero”, mais a população, especialmente a população mais jovem, se torna consciente da importância fundamental do estudo e debate sérios a respeito de sexo, gênero e orientação sexual.
Por mais que exerçam seu "terrorismo religioso" sobre professores, pedagogos e diretores, esses igrejeiros tresloucados não podem impedir de acontecer na escola um debate que já rola solto nas redes sociais. Assim, antecipadamente, eles já perderam sua meta maluca de dogmatizar, pelo viés religioso, a visão real e concreta que hoje se tem de sexo, gênero e orientação sexual.
Por mais que exerçam seu "terrorismo religioso" sobre professores, pedagogos e diretores, esses igrejeiros tresloucados não podem impedir de acontecer na escola um debate que já rola solto nas redes sociais. Assim, antecipadamente, eles já perderam sua meta maluca de dogmatizar, pelo viés religioso, a visão real e concreta que hoje se tem de sexo, gênero e orientação sexual.
A sexualidade humana não é nenhum E.T. que apareceu de repente na vida política e cultural da sociedade, por força do que os igrejeiros chamam grotesca e zombeteiramente de “ditadura gayzista”. A sexualidade está presente o tempo todo em nossas vidas, do momento da concepção à morte, sendo fonte interminável de toda sorte de prazer e dor que se abate sobre a existência humana.
Completamente imbecilizados pela confusão que fazem entre “fé” e “norma social de conduta”, o que esses religiosos querem é manter a qualquer custo os seus últimos dogmas a respeito da origem e do funcionamento dos seres humanos. Eles não admitem o que a ciência tornou óbvio nas últimas década, que a pessoa humana é o resultado de complexas forças sociais atuando na educação/formação de cada indivíduo, ou seja, da cultura, e não um robô pré-programado pela natureza, que eles chamam de “Deus” para “funcionar” como homem ou como mulher na sociedade.
Eles não conseguem compreender a obviedade de que ninguém nasce “homem” ou “mulher”, que ser “homem” ou “mulher” não depende de nenhum determinismo da natureza, mas de um longo e contínuo aprendizado social. A cultura é que torna um “organismo biológico” num corpo socialmente habilitado a desempenhar o papel de homem ou de mulher na sociedade.
Ao contrário de todos os outros animais que habitam o planeta, o comportamento do ser humano não é determinado nem herdado biologicamente mas socialmente aprendido. Um cachorro, nascido no Brasil, vai continuar latindo no Japão da mesma forma que late aqui.
Mas se algum recém-nascido for abandonado numa ilha isolada, habitada apenas por zelosos e alegres macacos, é mais do que certo que, se ele tiver a sorte de ser adotado pelo grupo, daqui a algum tempo ele irá se comportar e agir como um macaco. Passa exatamente por aí a lenda de Tarzan, o homem macaco.
Enquanto os outros animais nascem “programados para ser”, o ser humano é programado para “aprender a ser”. Assim, para conseguir a proibição pretendida pelos igrejeiros, de se negar a existência de gênero enquanto construção social determinante do comportamento dos seres humanos, teríamos que “revogar” a nossa própria natureza humana que é “aprender a ser” o que nós somos.
É por isso que a pretensão dos igrejeiros de silenciar o debate sobre gênero nas escolas é um total e absoluto contrassenso. Mesmo que eles conseguissem impor sua doutrina tresloucada, a “natureza” dos seres humanos – que é de aprender a ser – sempre irá se impor, de forma radical e absoluta, sobre dogmas religiosos de que homem e mulher já nascem prontos para ser.
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