Há momentos em que é preciso a gente não ter memória para poder mergulhar, livre, leve e solta, no aqui e agora, sem nenhuma interferência do passado ou do futuro.
Algumas pessoas deviam se proibir de se lembrar da felicidade que tiveram em momentos parecidos com esses, para não caírem na tentação de compará-los com o momento atual e sentirem que estão faltando coisas, casos, pessoas e lugares.
Algumas pessoas precisariam de esquecer totalmente, apagando qualquer traço de uma história doida e doída, que quase as fez desistir da vida.
Algumas outras só necessitam da liberdade de ser o que são, sem as amarrações e bloqueios lá de trás, mas talvez nem saibam que é de lá que vem o seu mal-estar no presente.
Tem muitas que vivem pensando até mesmo em momentos que não tiveram, e isso as impede de viver o momento que aí está, como se quisessem se punir pelos momentos que não ousaram ter.
Como não faltam pessoas que misturam o presente com a ansiedade por um futuro que gostariam muito que viesse, mas que não sabem nem se realmente vem e isso as entristece e angustia ao ponto de não conseguirem viver o presente.
Há momentos, enfim, em que é fundamental abrir mão de qualquer história, de sucesso e felicidade ou de tristeza e fracasso. Deixar a cabeça vazia de passados definitivos e de futuros incertos para poder apenas e tão somente desfrutar o instante que passa – e que não voltará jamais, em nenhum outro momento.
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