quinta-feira, 21 de abril de 2022

Concessão e Renúncia

Nenhuma relação sobrevive sem haver CONCESSÕES de cada uma das partes envolvidas. A própria duração de uma relação está diretamente relacionada à capacidade das partes em fazer concessões recíprocas, de forma a ajustar a relação à dinâmica, sempre mutável, do dia-a-dia.

Numa relação, o objetivo principal de se fazer concessão à outra parte é a manutenção da própria relação. Uma das partes abre mão de determinado comportamento, princípio ou ideia com a finalidade de se manter junta com a outra parte, isto é, de continuar na própria relação.

Mas quando se torna muito elevado e/ou frequente o volume das concessões que uma parte deve fazer para se manter junto com a outra, a relação deixa de ser paritária e passa a ser impositiva.

Deve haver um limite claro entre CONCESSÃO e RENÚNCIA. A concessão produz acordo entre as partes e restitui a saúde da relação. A renúncia produz submissão passiva de uma das partes à vontade da outra. Na renúncia, a relação se torna pura e simplesmente um processo de dominação de uma parte sobre a outra, com uma perda total de identidade, de autonomia e de autoestima da parte que se submete.

Uma relação que sobrevive à custa da renúncia de uma das partes está fadada a ser uma prisão voluntária da parte que renuncia, com sua plena e total submissão à vontade da parte dominadora.

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