Todo mundo correndo feito cavalo para encontrar um "significado" para suas vidas comuns. E não apenas um "significado", mas um lugar de reconhecimento e proeminência dentro da sociedade. Ser bustificado (virar busto em praça pública), enciclopeidado (virar nome de destaque nos verbetes das Wikipédias...) e emplacado (virar nome de rua) transforma a vida de cada pessoa num verdadeiro inferno, com as pessoas fazendo que podem e, sobretudo, o que não podem, para ganhar “likes”, ou seja, o beneplácito, o reconhecimento do “olhar” do outro.
Daí a abundância absolutamente degenerada de youtubers, influencers e trend setters, todos enlouquecidos para mostrar o quanto são lindos, inteligentes, habilidosos, espertos, ricos e famosos. Todos tentando loucamente se suplantarem uns aos outros, na corrida maluca por seus quinze minutos de fama que, segundo Andy Warhol, todo mundo teria no futuro.
Mas a vida é só para viver. Como dizia Darcy Ribeiro, o índio sempre incomodou terrivelmente o branco porque seu desejo se resumia a comer, dormir e trepar. Ou seja, para o índio, o significado da vida é só viver: viver e não ter a vergonha de ser feliz. Algo que soa absolutamente medíocre para a pessoa contemporânea neoliberal consumerista, que passa os dias fazendo das tripas coração a fim de se torna minimamente reconhecida, rica e famosa.
A fim de não ser considerada fracassada, perdedora e medíocre nessa sociedade de bosta em que vivemos. Pois é. Chegamos a um tempo em que ser uma pessoa mediana e comum deixou de ser uma contigência da vida para ser uma escolha consciente.
O que você prefere? Morrer anônima, como alguém comum e mediana ou morrer estressada, com síndrome de burn-out, deprimida, ansiosa e angustiada, tentando ser “alguém” que nem você sabe direito quem é?
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