As redes sociais surgiram a partir do simples fato de que cada pessoa regula e determina o seu comportamento a partir do que os outros pensam a respeito dela. A busca por “likes” e “milhões” de seguidores é uma luta por auto-afirmação e reconhecimento. Se os outros não me aprovam, eu não existo, e devo mudar o meu comportamento a fim de me tornar aceita pelos demais. Desaprovação do outro é a pior forma de punição que alguém pode experimentar. Pior do que desaprovação, contudo, é desinteresse e indiferença do outro. Ser cancelada e excluída dói menos do que ser desprezada, marginalizada, esquecida e invisibilizada. Muito poucas pessoas conseguem viver por si próprias, sem o olhar de aprovação (ou de desaprovação do outro, tanto faz!). Como é que eu vou saber que estou viva se ninguém está falando da minha existência?
A maioria não suporta ter que sentir, pensar e agir por si mesma, sem ter que pensar no olhar do outro – o próprio olhar de Deus que vê tudo – observando, avaliando, acompanhando e julgando tudo que a pessoa faz, o tempo inteiro. “Falem mal, falem bem, mas falem de mim!” Para a maioria, só isso garante que as pessoas saibam que ainda estão vivas e “funcionando”. A ausência do olhar do outro é solidão e morte. E solidão, definitivamente, não é para qualquer pessoa, não.
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