A vida – NÃO A MORTE – é que é incerteza total, de tudo. Só a morte é certeza absoluta.
A vida é rascunho e improviso. Só a morte é texto ensaiado.
A vida é tempestade incessante. Só a morte é eterna calmaria.
A vida muda, mexe e remexe, com tudo, o tempo todo. Só a morte é para sempre imutável.
A vida separa. Só a morte une.
A vida implica em permanente desconforto e risco. Só a morte é perfeitamente confortável e segura.
O medo não é da morte, como a maioria acredita, mas da vida e do viver, que é o que todo mundo acha que está fazendo quando, na realidade, está apenas tentando adiar a morte, o máximo possível, em nome do medo, horroroso, de viver.
Ao contrário de ser temor e dor, a morte é doce e atraente pra quem mete a cara na vida, com toda a disposição e coragem de viver. Para quem coloca o carro na auto-estrada, com todos os perigos que é dirigir seu próprio veículo na direção que você escolheu, em vez de ficar no ponto, esperando pelos ônibus que todo mundo pega, para os mesmos lugares confortáveis e medíocres de sempre.
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