terça-feira, 23 de agosto de 2022

Felicidade é a grande revolução pessoal

Felicidade não é um alvo a se alcançar mais um modo de caminhar ao longo da vida. É sobre como você lida com as coisas que lhe acontecem, e não sobre coisas boas que lhe acontecem, como a maioria acredita. Aliás, a ocorrência de coisas boas, há muito tempo ansiosamente esperadas pela pessoa, costuma ser exatamente uma das fontes mais comuns de infelicidade.

Felicidade é sobre como você vive, não sobre os recursos que você tem para viver. Pessoas com escassos recursos – financeiros, físicos, intelectuais – conseguem mostrar mais felicidade no seu dia-a-dia do que pessoas fortemente abastecidas de dinheiro, bens e atributos físicos e mentais. 
 
Tudo que é necessário fazer é aprender a ser feliz, coisa que nenhuma sociedade de nenhuma época ensina para seus membros, pela simples razão de que gente feliz não é manipulável, não está sujeita a “maldades sociais” como comparação com os outros, vergonha e culpa. Gente feliz não sai comprando a torto e a direito em nome de obter felicidade, que é a essência do mercado de consumo, que o tempo todo tenta vender o carro do ano ou o título de “doutor” como forma de obter felicidade.
 
Pessoa feliz é pessoa feliz e pronto e acabou. Mal teorizadamente, pessoa feliz é alguém que sabe gozar em si mesma e por si mesma, sem nenhum recurso adicional. Objetos de gozo externo vêm e vão e podem até ser prazerosos dependendo do contexto. Mas a pessoa feliz independe desses objetos para continuar a ser feliz. 
 
Mas como eu posso ser feliz como você está dizendo num mundo totalmente injusto e desigual, com milhões de pessoas passando fome, com milhões de desempregados, com milhões de pessoas em situação de rua mundo afora? Diante de um argumento assim, é necessário dizer que felicidade existe de modo totalmente independente de senso crítico. 
 
Ser feliz e manter o senso crítico não são duas coisas opostas. Você não deixa de ver – e de denunciar – as mazelas do mundo por ser uma pessoa feliz. Pelo contrário, pessoas felizes têm senso crítico muito mais aguçado e verdadeiro do que pessoas infelizes. Você não vai contribuir em nada para a revolução, achando que tem que ser pessoalmente uma merda e viver uma vida miserável porque o mundo é uma merda e a miséria está por toda parte.
 
Enquanto houver pessoas infelizes, depositando a sua felicidade em coisas do mundo, o mundo continuará a ser o desastre que é. Felicidade é a grande revolução pessoal e a única capaz de promover a revolução de toda a sociedade.

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