terça-feira, 15 de novembro de 2022

Amor é plantação

Amor é plantação. As pessoas querem trata-lo como se fosse colheita, e colheita mágica, que vem por obra do acaso, tipo bater o olho em alguém e sentir que acabou de encontrar quem você tem esperado a vida inteira. Bem, só vai faltar combinar com a pessoa, né? E é aí que a coisa pega. 

Paixão não é amor: é paixão, tempestade que devasta, mas passa, quase sempre sem deixar saudade. Amor é plantação, e plantação dá trabalho, muito trabalho. Antes de tudo, tem que preparar a própria terra na qual vai ser feito o plantio. Isso significa preparar-se a si própria para receber as sementes do amor. 

Sementes só brotam em terreno fértil e os maiores carentes estão tão desesperados por encontrar amor que raramente se ocupam em preparar o seu próprio terreno, em tornar-se terra fértil para as sementes do amor prosperar. Semente não brota em terra seca, dura, cheia de ervas daninhas. Para brotar e crescer, semente precisa de terra adubada, precisa de luz e calor, precisa de ser permanentemente regada e protegida. 

Mas quem nesse mundo de instantaneidades está disposto a plantar, cuidar e aguardar pacientemente a colheita? Se se pode ter tudo “pra já” porque tem que ser diferente com o amor? Tem. Amor não é produto de pronta-entrega do Mercado Livre, na sua porta em menos de 24 horas, onde você estiver, podendo pagar em até 12 suaves prestações sem juros. 

Quem já mexeu com plantação sabe que aqui não existe nada instantâneo, que tudo depende de trabalho, paciência e perseverança. Que nenhuma colheita surge do nada, mas é fruto de muito esforço e dedicação. 

Está disposta a amar? Então comece tirando da cabeça que amor é fruto de casuísmos bestas, como nos filmes românticos passados em New York que povoam a sessão da tarde. Cinema é cinema, plantação é plantação. Se está disposta a amar, comece desligando a TV e apanhando uma enxada, para arar o seu próprio terreno, prepara-lo para o plantio do amor.

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