Na tristeza, o alvo é vago e difuso, e acaba se direcionando para a própria pessoa que sofre horrores. Na raiva, os recalques saem pra fora, ganham o mundo, de tal forma que a energia bloqueada pode ser dissipada. Não que a raiva resolva seus problemas: não! O que resolve seus problemas é ação dirigida à remoção dos obstáculos que a vida nos impõe. Mas, de qualquer forma, ao pelo menos conseguir se expressar através da raiva, a pessoa já estabelece um patamar de ação eu definitivamente não existe na tristeza, onde ela permanece imobilizada, como um lago parado.
Ao contrário da tristeza, a raiva é cachoeira, melhor ainda, barragem rompida, em que a água, violentamente liberada e desgovernada sai destruindo tudo que encontra pela frente. Convido você a pensar nas suas tristezas e em como, potencialmente, cada uma delas, de uma hora para outra, pode virar uma barragem rompida em sua vida.
Sorte sua se conseguir canalizar toda essa energia represada na tristeza para determinar alvos e empreender novas jornadas em sua vida. Caso contrário, melhor deixar a tristeza como está, destruindo você por dentro, aos pouquinhos. Pelo menos, os danos não são tão grandes avassaladores e imediatos do que uma tristeza subitamente liberada na forma de raiva descontrolada.
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