f dependendo do socorro das outras pessoas para sobreviver. Nunca pensou que, de uma hora para outra, pode se ver imobilizado numa cama, dependendo de outras pessoas para fazer até mesm.o suas necessidades mais básicas e elementares como comer, andar, urinar, fazer cocô e tomar banho.
MSerá que o outro é só uma presença incômoda e aborrecida à minha volta, pronto a fazer pouco de mim, me desprezar, humilhar, agredir e prejudicar, de muitas e de variadas maneiras? Será que é só um egoísta inveterado, que passa o tempo todo planejando como vai me ferrar e me passar para trás?
Não vou tirar a razão de quem acha que o outro é mesmo esse crápula que eu acabei de descrever, e que, muito provavelmente, tem motivos de sobra para acreditar nisso. Tem gente ruim, sim. Mas o que eu estou querendo dizer é que a existência de gente assim não pode, de maneira nenhuma, nos transformar em criaturas amargas e descrentes da bondade do outro.
Em função de haver gente ruim, não podemos nos tornar pessoas que se julgam autossuficientes, que podem dispensar, hoje e para sempre, qualquer tipo de ajuda ou amparo vindo do outro.
Há sempre muito mais pessoas boas e colaborativas do que pessoas más e arrogantes - e não podemos nos tornar pessoas distantes, frias e arrogantes em razão da arrogância delas.
Apesar de toda a cruel propaganda do mercado - individualista e competitivo - NÃO PODEMOS RENUNCIAR À BONDADE DO OUTRO - o que também significa não renunciar à nossa própria bondade. E quando for tentada novamente em viver sozinha, em ser completamente autônoma e autossuficiente, lembre-se que você podia estar agora hospitalizada, ou numa quadra de esportes, desabrigada pelas chuvas, ou debaixo dos escombros de um prédio, aguardando a mão amiga de alguém. Enquanto você acreditar que existe a mão amiga do outro, existirá o que chamamos de sociedade e civilização.
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